quinta-feira, 3 de maio de 2012

Olivia Harrison fala sobre George e Living in The Material World



Olivia Harrison, viúva de George, recentemente deu uma entrevista à CNN, na qual ela fala sobre George e o documentário Living in the Material World, que foi lançado em DVD no dia 1º de maio.
Junto de Olivia, Giles Martin, filho de George Martin e um dos produtores do documentário, também foi entrevistado. Confira abaixo a entrevista na íntegra! 

CNN: Muitas vezes, as pessoas não sabem o grande senso de humor que George tinha. Ele foi apelidado como 'o Beatle quieto', 'o Beatle místico'. Acredito que vocês tenham histórias sobre seu senso de humor.

Olivia Harrison: Ele era travesso. Ele gostava de importunar muito as pessoas. Acabei me acostumando de tanto ser dissolvida. E ele dizia: "Você é apenas tão fácil de se acabar". E ele era engraçado, e ele deixava você à vontade ao redor dele, e se você pudesse fazê-lo rir, era ótimo!"

CNN: E você, Giles? 

Giles Martin: Eu era apenas um garoto assistindo 'Simon and Garfunkel' no Wembley Satdium. Eu estava em um mictório, um pouco embaraçoso, e ele me disse: 'você precisa de ajuda?' Ele havia me visto com meus pais, mas eu não o reconheci. (Ao sair, George começou a conversar com os pais de Giles) Meus pais disseram: 'George, você conhece nosso filho, Giles?', e ele disse: 'sim, nós estávamos mijando um do lado do outro'.
Não havia circunstância com ele, George apenas queria que todos fossem tratados da mesma forma.


CNN: O que você acha que George estaria fazendo se ele não tivesse entrado no mundo da música? Ele adorava jardinagem e corrida. 

Olivia: Eu não tenho ideia. Ele sempre dizia que não tinha idéia do que teria feito se não fosse um músico.  Ele teria sido um fracasso total, dizia George. Não tinha ideia de como fazer qualquer outra coisa.
Eu acho que ele teria encontrado alguma coisa, mas eu não acho que iria querer outra coisa.
Quando você não pode fazer mais nada, tem que ser que você é. Você não tem escolha. E ele realmente achava que não tinha escolha.

CNN: Então ele não se via deixando a guitarra de lado e se tornando um arquiteto paisagista? 

Olivia: Ah, acho que sim. E ele fez isso também. Mas, na juventude, se ele não fosse músico, não houve opção para não ser um. E foi isso.

CNN: No documentário, você fala dos jardins em Friar Park e de quanto esforço e amor George colocou dentro deles.

Olivia: E não foi só aqui, foi no geral. É engraçado: a 'raiz' de George é 'Geo', que significa 'da terra'. E isso é, de novo, quem ele era. Ele adorava estar na natureza. 

CNN: Giles, a música para o documentário surgiu a partir de uma variedade de fontes. Quais os desafios que você teve em produzi-lo?

Giles: Martin Scorsese  queria a música 'All Things Must Pass', que é uma trilha clássica, de um álbum clássico, mas foi feita em vinil. E se você tocasse no cinema, soaria pequeno. Então, é como se você estive rasgando as músicas e as colocando juntas novamente, fazendo com que elas soem de um jeito melhor, com melhor qualidade. E isso é um desafio porque, ao mesmo tempo que você 'rasga' essas músicas, você tem que manter a original.

Legendary Guitars

CNN: Olivia, George costumava colocar mensagens para você, quando ele escrevia músicas?

Olivia: Tiveram um monte de músicas que, se eu olhar, posso dizer: 'Sim, ele expressou seus sentimentos'. Ele realmente não os expressava tanto na vida diária. Ele os economizou, eu acho. Às vezes, era difícil falar sobre certas coisas, e então ele ia escrever uma música, e eu dizia: 'Como você pode fazer isso? Como você pode colocar seus pensamentos e todo interior em uma canção?' Eu nunca poderia fazer isso. Essa foi apenas a maneira dele de ser - como os artistas são. Eles estão expondo suas almas para você. Então mensagens? Eu acho que há um monte delas.

CNN: Qual foi a reação ao filme, desde seu lançamento? 

Olivia: Tem sido extraordinária. Fomos a Mumbai, ao festival de cinema lá e, para eles, ver imagens de George passeando na Índia - não sendo um turista, mas tendo uma vida cotidiana - foi muito bom. Eles estavam tão felizes. Foi uma resposta tão grande. Isso vem acontecendo em todo o mundo, desde o Festival de Cinema de Istambul, até Roma.

É um documentário pensativo. Ele evoca algo em todos nós - o que estamos fazendo? Será que estamos indo bem em nossas vidas? E estamos fazendo esforço suficiente? E eu acho que toca aquele acorde nas pessoas.


CNN: Acho que o final é uma das coisas mais comoventes que eu já presenciei. 

Olivia: Nós tentamos acabar o documentário de uma forma diferente, mas Martin vários  finais diferentes e disse: "Não, é isso. Foi o que aconteceu. Esse é o fim de uma vida."
Eu acho que é um documentário surpreendente - que leva você em algum lugar que você não espera. Você certamente não esperava que fosse tão profundo. Eu não. Eu acho que é uma verdadeira homenagem a Martin, por ele ter conseguido capturar tudo isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário