Acesso, sim. Liberdade, limitada. Entrada proibida em áreas restritas, pouco tempo para ficar no campo, nada de pisar o gramado ou conversar com os trabalhadores, além de disputar a atenção do diretor-geral de produção e logística, Francisco Dourado, da Planmusic (responsável pelo show, junto à pernambucana Luan Promoções), com incessantes ligações e interrupções da produção. Ao final, nossa equipe foi convidada a se retirar do local. “Já fiz tudo que podia por vocês”, brincou.
Os detalhes técnicos e números grandiosos do show são explicados com minúcia por Dourado, mas a estadia de Paul na cidade é rondada por um clima de mistério. O britânico circulará pelo Recife com 12 seguranças contratados pela equipe e outros escolhidos pela produção nacional. São 20 ao total. “É segurança de presidente da República dos Estados Unidos. Todos são treinados em Israel. Desde a morte de John Lennon, a preocupação com a segurança é muito grande”, explica Dourado, que já produziu 16 shows de Paul desde a década de 1990. A quantidade de seguranças pode impressionar, mas é bom lembrar que o britânico costuma fazer passeios pelos locais que visita. No ano passado, andou de bicicleta em Copacabana, no Rio de Janeiro, e caminhou no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Mas nada garante que os recifenses terão a sorte de topar com o ídolo em uma esquina da cidade.
Cerca de 130 pessoas da equipe de produção trabalham diariamente para deixar o estádio do Arruda em ordem. Um escritório climatizado de 270 m2 foi armado no clube, com mobília nova e uniformizada. Lá dentro, ficará o camarim de Sir Paul McCartney, em uma área de cerca 80 m2. Mas os detalhes ainda são mantidos em segredo. A reportagem não teve sequer acesso à porta de entrada do camarim, que permanece fechado e ainda sem a mobília que será comprada e alugada especialmente para a ocasião. Sabe-se que todo o material deve ter cores neutras ou claras. Nada de couro ou material derivado de animais, exigência do artista, que é vegano.
Do lado de fora, 200 profissionais levantam o palco de 70 metros de altura onde o ex-Beatle se apresentará. A previsão é de que toda a estrutura esteja montada até o dia 19. “Nada pode atrasar. Daqui, tudo segue para Florianópolis. É tudo calculado com detalhes”, diz Dourado. Para receber a mega estrutura do show e as 60 mil pessoas esperadas por dia, paredes e muros foram retirados, portas foram arracandas e substituídas por portões. O acesso da plateia será feito através de oito rampas de material metálico. “Segurança, lei, norma. É algo obsessivo para nós”, define Dourado. A cada momento, pequenas mudanças podem ser feitas. A planta baixa do campo é atualizada quase que diariamente para incorporar as alterações.
Bastidores em números
70 metros de largura (palco)
26 metros de altura (palco)
150 toneladas de estrutura metálica
2 telões de 18m de altura e 8m de base
8 carretas com 25 toneladas de material
2 caminhões com quatro toneladas de material
150 caixas de som, com potência de 200 mil watts
12 mil metros de easyfloor para proteger o gramado
8 bares
18 térmicas
100 banheiros químicos
3 postos médicos
22 motoristas
10 intérpretes
200 profissionais brasileiros na montagem e produção do evento
850 seguranças no dia do show
5 mil profissionais no dia do show
Um comentário:
tem alguma coisa errada aí... não pode ser o mesmo palco q vai pra Florianópolis. Não daria tempo de demontar tudo no dia 23, atravessar o país e montar para o dia 25...
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