Ringo Starr vem tocar no Brasil pela primeira vez. E Mick Jagger está cantando em uma banda que não são os Stones! Em Beverly Hills e em Londres, o repórter Álvaro Pereira Júnior conversou com essas duas lendas vivas do rock.
Hoje é dia de Beatles! Dia de encontrar Ringo Starr, o baterista da banda mais famosa de todos os tempos. Para isso, o Fantástico voou até a região mais exclusiva de Los Angeles. A entrevista aconteceu em um hotel superdiscreto em Beverly Hills.
A lenda viva do rock tem 71 anos e está incrivelmente em forma, em especial para quem foi uma criança doente, que passava longas temporadas no hospital e quase morreu mais de uma vez. Vegetariano, Ringo é obcecado por saúde.
Ele cumprimenta as pessoas só com um toque de cotovelo. Quando se senta para falar ao Fantástico, explica por quê: “Temporada de gripe. Eu não sei onde vocês andaram botando a mão”, ele brinca.
Mas nem sempre Ringo deu tanta atenção para a saúde. Perguntamos sobre os anos 80, quando se afundou no álcool, e ele mesmo completa: “Álcool e drogas”.
A pergunta: será que para os artistas de hoje é ainda pior, com muito mais pressão do que na época dos Beatles? “Nessa profissão, é como se isso fosse permitido, espera-se que músicos sejam bêbados e drogados, em me viciei. No começo, achei que dava para conciliar bebidas, drogas e trabalho, mas minha carreira estava afundando. Em 1988, me internei e nunca mais bebi”, conta.
A escalada de Rindo rumo à fama começou em 1962, quando ele entrou para os Beatles no lugar de Pete Bast. Esta semana, foi encontrada uma carta de dois anos antes, em que Paul McCartney respondia ao anúncio de baterista que procurava emprego. Essa negociação nunca foi adiante e nem se sabe quem é esse músico, que poderia ter tocado no maior grupo da história do rock. Poderia, mas quem tocou mesmo foi Ringo. E ele é o primeiro a admitir não ser um primor de técnica, mas sabe que tem um estilo único.
De qual trabalho com as baquetas ele se orgulha mais? Ringo nem vacila: “Eu toquei muito bem várias músicas, mas sempre menciono ‘Rain’. Foi a única vez em que toquei nesse estilo, se você ouvir todo o meu trabalho, vai perceber, ‘Rain’ é diferente e muito difícil. Em ‘A day in the life’ também estou ótimo e gosto muito dos relançamentos dos Beatles porque destacam bem ma bateria”.
Ringo adora aparecer. Nos Beatles, mandou instalar a bateria em uma plataforma bem alta. “É porque eu queria que me vissem”, ele explica. E nada daqueles kits gigantescos que deixam o baterista escondido. A bateria dos Beatles era bem simples por duas razões: “Primeiro, porque ficava mais fácil do público me ver, segundo, porque tinha um som bem legal”, ele esclarece.
Nos filmes dos Beatles, Ringo também se destacava, normalmente em cenas cômicas, fazendo caretas, usando roupas e perucas esquisitas, e até tomando um banho de tinta vermelha, como no longa ‘Help’, de 1965.
Pessoalmente, Ringo também é relaxado e brincalhão. Nas entrevistas que deu a outros países da América Latina, no mesmo dia em que falou ao Fantástico, não perdeu uma chance de fazer trocadilhos, brincadeiras e de tirar onda. Quando um jornalista chileno perguntou qual disco dos Beatles ele levaria para uma ilha deserta, Ringo pensou um pouco e mandou: “O álbum branco, é duplo, né?”.
Mas os shows que vem fazendo com sua banda os All Stars, Ringo leva muito a sério. Em algumas canções fica só na bateria, em outras assume os vocais. “É claro que eu tenho que cantar ‘Yellow submarine’ e ‘With a littel help of my friends’, música dos Beatles em que fui o vocalista original. E também sucessos da minha carreira solo, tipo ‘Photograph’ e ‘Back off boogaloo’”.
E outras canções dos Beatles nada? Ringo faz piada de novo: “Quem sabe no Brasil eu toque ‘Yesterday’, ‘Hey Jude’. Não, serão só as minhas músicas mesmo”.
Quem compôs e canta ‘Yesterday’ e ‘Hey Jude’ é Paul McCartney, de quem Ringo se manteve amigo, mesmo depois de tantas brigas dos Beatles. Foi até ao casamento de Paul, há duas semanas. Já que andam tão próximos, alguma chance de excursionarem juntos, os dois Beatles sobreviventes? Finalmente, Ringo fica sério: “Não faria sentido uma reunião sem os outros dois. É uma tolice achar que eu e Paul poderíamos fazer uma turnê juntos. Isso não vai acontecer”.
O que vai acontecer são os shows brasileiros, a partir de 10 de novembro em Porto Alegre, São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília e Recife. O Beatle boa praça, que nunca esteve no Brasil, manda seu recado, bem ao estilo anos 60: “Paz e amor”.
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