domingo, 26 de junho de 2011

Há 48 anos atrás, John e Paul compuseram "She Loves You"


Autoria: Lennon/McCartney
Duração: 2:21
Lançamento do Single Britânico: 23 de Agosto de 1963
Posição na Parada Britânica:
Lançamento do Single nos EUA: 16 de Setembro de 1963
Posição na Parada Americana: 1ºª

Apesar de os Beatles já terem ocupado o número 1 duas vezes em 1963, foi " She Loves You" que os levou ao "toppermost of the poppermost", como eles chamavam de brincadeira o topo das paradas.
As vendas superaram tudo o que haviam feito antes, e o single se tornou o mais vendido da Inglaterra na década, entrou no Top 20 em agosto de 1963 e lá ficou até fevereiro de 1964(nos EUA, ele só se tornou um hit depois do sucesso de "I Want to Hold Your Hand".
Mas não era somente um triunfo comercial. Em pouco mais de dois minutos, os Beatles destilaram a essência de tudo que lhes conferia frescor e arrebatamento. Havia a batida marcante, a bela harmonia, o "woooo" meio feminino que funcionava tão bem em "From me To You", além do entusiasmo explosivo do ritmo. E, para completar, a inconfundível marca do "Yeah, Yeah, Yeah", que se tornou um presente para os redatores de manchetes.
A rápida expansão da Beatlemania de fenômeno regional para nacional pode ser atribuída à aparição dos Beatles no Sunday Night at The London Palladium, um programa de televisão transmitido ao vivodo centro de Londres, em 13 de outubro de 1963. O público chegou a 15 milhões de espectadores, fãs aos gritos abarrotaram o teatro, e muitos dos que encheram as ruas do lado de fora apareceram na primeira página dos jornais da Fleet Street do dia seguinte.
Os Beatles não só transformaram a música popular, eles também se tornaram um fenômeno do pós-guerra na Inglaterra. De uma hora para a outra fotos da banda estampavam todos os jornais do país, não só publicações como Melody Maker, New Musical Express e Boyfriend. O single que acabou levando-os  aos olhos do furacão por acaso era "She Loves You".



A canção foi escrita por John e Paul em New Castle, depois de tocarem no Majestic Ballroom em 26 de junho de 1963. Eles tinham tido um raro dia de folga antes de continuar a turnê, no dia 28, em Leeds, e Paul se lembra de ter tocado violão com John em um quarto do Turk's Hotel.
Os primeiros três singles tinham sido declarações de amor com a palavra "me" no título. Dessa vez, Paul sugeriu que mudassem o ponto de vista, transformando-os em observadores de outra relação e dirigindo-se ao homem. Em vez dos familiares "me" e "you", usaram "She" e "you". Paul se inspirou inicialmente no sucesso britânico da época "Forget Him", de Bobby Rydell, no qual o narrador diz a uma garota para esquecer o rapaz que não parece amá-la de verdade. À primeira vista, "She Loves You" é uma música sobre reconciliação. O compositor tenta juntar um casal separado repassando mensagens (" she told me what to say") e dando conselhos ("Apologize to her").
No entanto, o crítico de rock americano Dave Marsh detectou nuances mais sombrias no texto. Em The Heart of  Rock And Roll, ele escreveu: "O que Lennon canta se resume a um alerta para seu amigo: 'É melhor você valorizar a amizade dessa mulher, porque, se não, eu o farei'".
A canção continua sendo ambígua porque cabe ai leitor interpretar o que é dito como um conselho a um amigo ou como uma ameaça a um rival.
O refrão " Yeah, Yeah, Yeah" se tornou o perfeito chavão de uma era otimista. Se as coisas tivessem acontecido como pai de Paul queria, no entanto, tudo teria sido diferente. Ao ouvir a música pela primeira vez, enquanto John e Paul trabalhavam nela, durante uma rápida visita a Forthlin Road, ele sugeriu que mudassem para " yes, yes, yes", porque era mais correto. Este era o inglês da Rainha, mas não o do Rock and Roll.
Os Beatles não foram os primeiros a adotarem o "Yeah, Yeah", frequentemente usado na Skiffle music dos anos 1950.
O sexto acorde, que encerra a música, era incomum na música pop, apesar de Glenn Miller Orchestra tê-lo usado com frequência em suas gravações na década de 40. "George Martin riu quando tocamos a música pela primeira vez", conta Paul. "Ele achou que estávamos brincando. Mas não funcionava sem o acorde, então decidimos mantê-lo, e George acabou se convencendo.


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