O Paul McCartney que quase ninguém viu

A música que ainda se escuta na recepção do Recife Palace Golden Tulip, em Boa Viagem, é obrigatoriamente Paul McCartney.

Desde sábado, o CD com músicas dele não para de tocar. O ex-Beatle fez check out no domingo à tarde, antes do show. Mas os funcionários que o atenderam guardam com carinho a simpatia do cantor e compositor britânico. “Mesmo sendo quem é, não é arrogante. Ele é simples mesmo. Tirou brincadeiras com a gente. Foi muito simpático”, recorda o barman Natanael Martins. “Paul cobrou ‘five dolars’ pela foto. Depois alisou meu rosto”, conta.

Marguerita foi a bebida escolhida por Paul durante o jantar à luz de velas para cerca de 25 pessoas, após o show. Em vez do tradicional limão, lima compunha o drinque, feito ainda com tequila e Contreau. Tomou quatro, ao total. Os outros integrantes da equipe experimentaram as caipirinhas elaboradas por Natanael. A de umbu-cajá foi a que fez mais sucesso.

Paul não provou a bebida brasileira, mas perguntava o nome das frutas e objetos em português. “Ele é muito elétrico. Interagia em português. Queria aprender as palavras. Lia o nome da gente na plaquinha e chamava pelo nome. Até dançou”, conta Luiz Leite, assistente de alimentação e bebidas.

No cardápio, nada de carne. Mas, ao contrário do que é amplamente divulgado, Sir McCartney não é vegano. Toma leite, come ovo e queijos, preferencialmente os mais leves, como de cabra. No café da manhã, além de omelete de claras, torradas, muitas frutas e chá da marca inglesa PG tips. Água, da Fiji. As duas únicas exigências de marca que faz.

Paul McCartney ficou no Recife durante cerca de 48 horas. A suíte presidencial tinha 200m2 (custa R$ 5 mil a diária). Chegou na madrugada da sexta-feira para o sábado e foi direto para o Recife Palace Golden Tulip, às 2h. Ele ficaria no Nannai (em Muro Alto), mas a mudança foi solicitada pelo próprio Paul, por conta da distância. Nada de segurança, como foi publicado na internet. A banda de Paul ficou no resort. Profissionais de várias áreas estavam de prontidão, como a personal trainer Juliana Reis. Mas Paul não quis fazer exercícios. Preferiu gastar as horas antes do show no SPA. Duas bicicletas foram alugadas e alguns comentaram que ele teria passeado pela orla. Nada além de boato.

Camarim

Paul McCartney passou poucas horas no Arruda, em camarim de cerca de 80m2, divididos em quatro salas, uma delas exclusiva para meditação. Nenhum dos móveis poderia ter origem animal. “Vou ser franco: não foi fácil. Primeiro, porque é um grande artista, único no mundo. Segundo, porque ele tem um respeito muito grande pela natureza”, conta J Wair de Paula, da Artefacto, que ajudou a escolher as peças.  As refeições feitas enquanto estavam lá eram elaboradas pelos cinco chefs que viajam com ele e mais 10 profissionais contratados pelos chefs pernambucanos Cláudio Manoel e César Santos. Todos os alimentos eram vegetarianos, tanto para Paul quanto para a equipe.

A agenda de Paul

Sábado

2h - Paul e a banda desembarcaram no Recife e se dirigiram ao Recife Palace Golden Tulip

8h - Café da manhã, com omelete de claras, torradas, frutas e chá

10h -  SPA

12h - Paul pediu almoço em sua suíte, onde ainda recebeu massagem

17h - Saída para o Estádio do Arruda

21h35 -  Início do show, que seguiu até 0h20

1h - Jantar à luz de velas no Salão Imperial do hotel, para cerca de 25 pessoas, até 3h

Domingo

17h - Saída para o Estádio do Arruda

21h30 - Início do show, que seguiu até 0h15

1h - Paul seguiu para o Aeroporto Internacional dos Guararapes e embarcou rumo a Florianópolis, onde chegou por volta das 4h30

Fonte: Diário de Pernambuco